Cerca
de 80 índios ocuparam parte do prédio do Ministério da Saúde, na
Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pouco antes das 7h de hoje (29).
Formado por membros das etnias Kaingang, Guarani e Charrua do Rio
Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, o grupo reivindica do
governo federal maior atenção à saúde indígena.
Segundo
Pedro Kaingang, um dos representantes do movimento, a ocupação é um
protesto diante da falta de resposta do governo às reivindicações
indígenas. De acordo com ele, além de ocuparem o ministério, os índios
vão bloquear o tráfego de todas as estradas vicinais que cortem ou
passem próximo às aldeias existentes nos três estados caso o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, não lhes atenda. Pela agenda divulgada pela
assessoria do ministério, o primeiro compromisso de Padilha é uma
reunião, no próprio ministério, às 9h.
Segundo
o representante kaingang, faltam remédios nos postos de atendimento das
aldeias do Sul do país, o número de profissionais de saúde é
insuficiente e boa parte das comunidades sofre com a falta de meios
quando precisa transportar seus doentes para a cidade.
"A
razão principal da nossa revolta é a mortalidade indígena provocada pela
falta de definição de uma adequada política de atendimento à saúde
indígena por parte do Ministério da Saúde. Há tempos, reivindicamos
atenção integral. Nos enchem de promessa, mas não fazem nada", disse
Pedro à Agência Brasil, lembrando a existência de grande número de
crianças com desnutrição ou risco nutricional.
Parte
do grupo ocupa o quarto andar do ministério, onde funciona a Secretaria
Especial de Saúde Indígena, responsável por coordenar e executar o
processo de gestão do subsistema de atenção à saúde indígena em todo o
país. O restante permanece na portaria do edifício, no andar térreo.
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